1° Mostra Cultural do Firmo de Castro
Tema geral: Representatividade dos negros e índios na sociedade contemporânea

Tema da turma:
Religiosidade dos negros e índios
Subtema: Religiosidade Afrobrasileira
As religiões afro-brasileiras não só são importantes para a cultura, mas também é forma de resistência na sociedade contemporânea brasileira. Dado que, essas crenças passaram por preconceito, apagamento e silenciamento.
Candomblé:

Candomblé é uma religião afro-brasileira em que se pratica o culto de divindades de origem africana chamadas orixás. Assim, apesar de ter nascido na Bahia, no século XIX, o candomblé foi formado a partir de tradições religiosas africanas de povos iorubás. Essas tradições foram trazidas ao Brasil por populações negras escravizadas vindas de países da África Ocidental, como Nigéria, Benin e Togo.
Na época da escravização, não eram permitido o culto a outras divindades que não fossem do cristianismo. Contudo, os escravizados Para continuarem seus culto e manter sua história, passaram a usar altar com imagens de santos católicos e, por baixo, os assentamentos escondidos para cultuar os orixás. Essa prática se chama sincretismo é observada apenas no Candomblé do Brasil, enquanto na África não existe essa fusão.
O surgimento dos primeiros terreiros ocorreu após a libertação dos escravizados, período em que era comum observar muitos elementos do Cristianismo no Candomblé. O sincretismo perdura até hoje, no entanto, alguns adeptos têm rejeitado essa fusão e busca adotar um Candomblé com base exclusivamente nos preceitos e nos elementos africanos.
Para preservar a herança cultural da religião, foi criada a Lei Federal 6292, de 15 de dezembro de 1975, que tornou o Candomblé patrimônio material ou imaterial.
Atualmente o candomblé reúne cerca de 3 milhões de adeptos em todo o mundo. Uma das religiões africanas mais praticadas no mundo, seus seguidores se espalham pela América e pela Europa, mas é no Brasil que está o maior número de praticantes do Candomblé.
No Brasil, os cultos são divididos em: Ifá, Egungun, Orixá, Vodun e Nkisi. A depender do tipo de iniciação ao sacerdócio, ele pode mudar.
Ifá – culto patriarcal conduzido pelos babalorixás.
Egunguns – culto patriarcal que lida com a ancestralidade conduzido pelos Ojé.
Queto – culto misto conduzido por ialorixás e homens babalorixás que entram em transe com orixá.
Jeje – culto misto conduzido tanto por homens quanto por mulheres Vodunsis, que entram em transe com vodun.
Banto – culto misto no qual mulheres iniciadas muzenzas entram em transe com nkisi.
Umbanda

A umbanda é uma religião afrobrasileira que sintetiza vários elementos das religiões africanas, indígenas e cristãs, porém sem ser definida por eles. Formada no início do século XXno sudeste do Brasil, na cidade de São Gonçalo, região metropolitana do Rio de Janeiro, a partir da síntese com movimentos religiosos como o candomblé, o catolicismo e o espiritismo. É considerada uma “religião brasileira por excelência” com um sincretismo que combina o catolicismo, a tradição dos orixás africanos e os espíritos de origem indígena.
O dia 15 de novembro é considerado pelos adeptos como a data do surgimento da umbanda, e foi oficializado no Brasil em 18 de maio de 2012 pela Lei 12.644.
Em 8 de novembro de 2016, após estudos do Instituto Rio Patrimônio da Humanidade (IRPH), a umbanda foi incluída na lista de patrimônios imateriais do Rio de Janeiro por meio de decreto.
A Umbanda pode ter várias vertentes com práticas diversas, nomeadas de diferentes formas como umbanda tradicional de nação ou Umbanda, umbandomblé, umbanda sagrada umbanda omolocô, umbanda crística, etc. Essas diferentes vertentes partilham o culto a entidades ancestrais e a espíritos associados a divindades diversas, que podem pertencer ao Catolicismo, a cultos africanos, hindus, árabes entre outros. Apesar de diferentes vertentes existem alguns conceitos encontrados que são comum a todas, sendo estes:
- Um deus único e onipresente, chamado Olorum ou Zambi.
- Crença nas divindades ou orixás.
- Crença na existência de Guias ou entidades espirituais.
- Lei de causa e efeito pela qual os umbandistas pagam o bem recebido com o bem e o mal com a justiça divina.
Orixás
Os orixás são entidades que governam o mundo em nome da divindade, representam elementos da natureza ou poderes primordiais e estão relacionados com antepassados míticos.
- Oxalá

Oxalá é o Pai Maior, o mais respeitado de todos os Orixás. Representa, no sincretismo religioso, a figura de Jesus Cristo, ou o filho perfeito do Criador. Na Mitologia Iorubá, Oxalá possui muitos nomes: Oxalufã (Oxalá mais velho), Oxaguiã (Oxalá mais novo), Obatalá ou Orixanlá.
- Oxaguiã

Oxaguiã, na mitologia iorubá, é um jovem guerreiro, seria filho de Oxalufã, identificado no jogo do merindilogum pelo odu ejionilê e representado materialmente e imaterial pelo candomblé, através do assentamento sagrado denominado ibá de Oxaguiã.
- Exu, o mensageiro

O orixá Exu é uma das entidades da religiosidade afro-brasileira cercada por um acalorado debate teológico. Para alguns, ele é compreendido como uma entidade desprovida de valores morais que pode fazer o bem ou o mal desde que seja previamente recompensado.
- Ogum

Ogum é um orixá representado pela figura de um guerreiro. Ele é considerado o orixá que possui maior proximidade com os seres humanos depois de Exu. Ogum é um orixá costumeiramente associado à guerra e ao fogo.
- Ossaim

Ossaim é um orixá que tem a sua história ligada às matas e florestas. Em terras brasileiras, também aparece em vários cultos afro com a denominação de Catendê, Águê, Ossãe, Ossonhe e Ossanha. Sendo bastante próximo do reino das plantas, esse orixá é geralmente apresentado pelas tonalidades verdes.
- Oxossi, o dono das matas

Oxóssi é uma divindade das religiões africanas, também conhecida como orixá, que representa o conhecimento e as florestas. Normalmente, esse orixá é representado pela figura de um homem que tem em suas mãos um arco e flecha, considerado uma espécie de guardião e caçador.
- Logunedé

Logunedé é o orixá de origem Iorubá filho de Oxóssi e Oxum, cultuado no Candomblé brasileiro e outras religiões afro-diaspóricas. Especula-se que Logunedé tenha origem na nação Efã, região situada na Nigéria, sendo assim o príncipe desta.
- Obaluaiê

Obaluaiê (em iorubá: Ọbalúwáiyé), Abalaú, Abaluê, Abaluiaê, Obaluaê ou Yorimá é o orixá da cura em todos os seus aspectos, da terra, do respeito aos mais velhos e protetor da saúde. É chamado sempre que necessário afastamento de enfermidades.
- Oxumarê

Interpretado para o campo das religiões afro-brasileiras, Oxumarê se transformou em uma divindade ligada à transformação das coisas e à passagem do tempo. Por estar ligado à mudança, este orixá assume formas de natureza feminina e masculina, mas não pode ser cristalizado em nenhuma delas.
•Xangô

Xangô é o poderoso orixá guerreiro que domina os raios e os trovões. Conhecido como o rei de Oyó, Xangô é um poderoso orixá que tem o controle sobre os raios e trovões, e que também expele fogo pela boca.
•Nanã

Nanã é um importante orixá feminino relacionado com a origem do homem na Terra. O seu domínio se relaciona com as águas paradas, os pântanos e a terra úmida. Do ponto de vista divino, sua relação com o barro, mistura de água e terra, coloca essa divindade nos domínios existentes entre a vida e a morte.
•Oxum

Oxum é uma orixá, é a rainha da água doce, dona dos rios e cachoeiras, cultuada no candomblé e também na umbanda, religiões de origem africana. Oxum é a segunda esposa de Xangô e representa a sabedoria e o poder feminino. Além disso, é vista como deusa do ouro e do jogo de búzios.
•Iemanjá

Iemanjá é um orixá (divindade africana) feminino das religiões Candomblé e Umbanda. O seu nome tem origem nos termos do idioma Iorubá (língua nígero-congolesa) “Yèyé omo ejá”, que significam “mãe cujos filhos são como peixes”. É considerada a mãe de todos os adultos e a mãe dos orixás.
•Iansã

Inhaça, Iança ou Iansã é a guerreira mais valente das Yabás (Orixás mulheres) com temperamento forte e personalidade marcante. Orixá dos ventos e tempestades, divide com Abaluaiê o poder de encaminhar os mortos ao Orum (mundo espiritual). É também conhecida como Oyá, a deusa do Rio Niger na África.
Fontes:
https://educacao.uol.com.br/biografias/mae-menininha-do-gantois.htm
https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/religiao/candomble